terça-feira, 26 de maio de 2009

O Moinhos de Vento passado a limpo

Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre tem 224 páginas, 20 das quais com fotos. O texto apresenta mais de 250 personagens. Veja só o elenco que desfila nas páginas do livro: A.J. Renner, Getúlio Vargas, Érico Veríssimo, Leonel Brizola, Ildo Meneghetti, João Goulart, Caetano Veloso, Daiane dos Santos, Clodovil, Thomaz Koch, Castelo Branco, Dom João Becker, Dom Vicente Scherer, Flores da Cunha, Alberto Bins, Elis Regina, Jair Rodrigues, Miriam Makeba, João Wallig, Paixão Côrtes, Breno Caldas, Maurice Chevalier, Herman's Hermits, João Gilberto, Maria Bethânia, Abramo Eberle, Florêncio Ygartua, Loureiro da Silva, Frei Betto, Pablo Komlós, Oswaldo Aranha, Lindolfo Collor, Antônio e Laura Mostardeiro...

O texto abrange o período compreendido entre o loteamento do então chamado Arraial de São Manoel, em 1878, passa pela ascensão do Moinhos como bairro de elite da cidade um pouco antes da Revolução de 30 e chega até os dias atuais, quando ele se tornou um point dos cafés e da vida noturna. A obra mostra que, em Porto Alegre, o Moinhos se tornou uma confluência, nunca mais repetida na cidade, do dinheiro “novo” com o dinheiro “velho”. Membros de famílias conhecidas do Estado – Vargas, Goulart, Flores da Cunha, Aranha, Chaves Barcellos - estiveram instalados no bairro ou nas proximidades. Boa parte dos homens que ajudaram a alavancar a industrialização gaúcha – A.J.Renner, João Wallig, Abramo Eberle – assim como os criadores e proprietários de marcas empresariais famosas (Varig, Casa Krahe, Taurus) também construíram suas residências particulares na região. Por força desse status de área exclusiva, o Moinhos foi cenário dos agitados acontecimentos pré e pós- 64, já que, nesta época, o centro do poder do Rio Grande do Sul estava instalado ali: o Governador Ildo Meneghetti, seu antecessor, Leonel Brizola, o presidente da Fiergs, Plínio Kroeff, e o da Farsul, Oscar Carneiro da Fontoura. E, quando estava em Porto Alegre, o presidente João Goulart se hospedava no apartamento da mãe, Vicentina (no Edifício Santa Luiza, na 24 de outubro).

Se seu passado é fulgurante de história e tradição, o Moinhos de Vento foi pioneiro, também, em certos aspectos vinculados à modernidade que se tornaram, posteriormente, rotineiros em Porto Alegre. A primeira piscina particular da cidade foi construída no bairro, assim como a pioneira galeria comercial situada fora do Centro. O Moinhos também foi sede das inéditas lojas dedicadas exclusivamente à venda de CDs e à decoração de ambientes. Os Edifícios Arachane, Floragê e Jorge V abrigaram os maiores apartamentos construídos na capital em suas respectivas épocas. Além disso, duas inovações comportamentais surgidas no bairro estão hoje incorporadas de tal forma ao nosso cotidiano que nem percebemos o impacto revolucionário que causaram em sua época. Foi no Moinhos (Rua Quintino Bocaiúva) que Fernando Mendes (Fernandinho) lançou um dos primeiros, senão o primeiro, salão de cabeleireiros masculino do Brasil. E a 24 de outubro era o endereço da Academia do Parque, que disseminou em Porto Alegre o culto aos exercícios e à forma física vigente até hoje.

O livro relata histórias que hoje parecem inacreditáveis, como as corridas de carros no Parcão nos anos 70, nas quais os rapazes ficavam nus em cima dos veículos. O local era um grande point da juventude na época, que se reunia ali às centenas para conversar e namorar em voltas dos trailers de cheeseburger.

Moinhos de Vento - histórias de um bairro de Porto Alegre também conta a história de três assassinatos que abalaram a cidade: o fantasmagórico “crime da Lagoa dos Barros”, o chamado “ Caso Margit Kliemann” e a morte de José Antônio Daudt.

O texto historia a construção dos grandes espaços públicos do bairro, o Prado Moinhos de Vento e o Estádio do Grêmio. Além disso, Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre também menciona os grandes shows musicais promovidos pela Associação Leopoldina do Juvenil e pelo Grêmio Náutico União (Maurice Chevalier, Elis Regina, Jair Rodrigues, Miriam Makeba, Herman’s Hermits, Caetano Veloso etc).

Carlos Bisson.

Recentemente li o obra do Bisson e gostei. Acompanhei de longe parte do processo de criação do escritor. Fiquei surpreso e satisfeito com o resgate histórico com riqueza de detalhes trazido por ele.

Queria poder ler livros escritos pelo Bisson, dedicados ao Menino Deus, ao Grêmio, a minha Uruguaiana, enfim a coisas de meu interesse.

Clone

Uma blitz da Brigada Militar identificou um veículo clonado, na avenida 25 de Julho, no centro de Flores da Cunha. Os policiais militares tinham a informação que o Pálio, de cor verde, placas IKW-0725, de Campo Bom estava circulando na cidade. Na noite de terça-feira (19), uma senhora foi flagrada dirigindo sem o registro do veículo, que foi apreendido e recolhido ao guincho.

Na manhã seguinte, o proprietário do Pálio esteve na Delegacia de Polícia de Flores da Cunha. Ele havia recebido diversas multas em lombadas eletrônicas da mesma 25 de Julho, sem nunca ter vindo a Flores. O proprietário apresentou os documentos do Pálio, de cor azul, para a delegada Aline Martinelli que fez a comparação.

O Pálio apreendido apresenta sinais grosseiros de adulteração, na cor e nos chassis dos vidros.

A delegada Aline Martinelli inicia seu trabalho em Flores com um novo caso para esclarecer.

Raimundo Paviani

Foi protolocado na noite da sexta-feira (22), o Projeto de Lei que pretende homenagear o 1º Presidente da Câmara de Vereadores, Raymundo Paviani, eleito pelo povo em 1947 .

O vereador José Luis de Souza (PSB), quer denominar o lesgislativo florense como "Câmara de Vereadores Raymundo Paviani".

Raymundo Paviani nasceu em 28 de maio de 1920, no travessão Mützel, em Nova Pádua, 4º Distrito de Caxias do Sul. (Flores da Cunha, ex-Nova Trento, ainda não havia se emancipado).

Paviani, ocupou vários cargos públicos municipais. Entre eles: três mandatos como prefeito, em 1951 e 1963 pelo Partido de Representação Popular (PRP), e em 1972 pela Arena. Também foi vereador em três oportunidades, nos anos de 1947, 1955 e 1959.

Justa homenagem, mas se tivesse que apostar nunca arriscaria que o proponente do projeto tivesse sido o Partido Socialista Brasileiro.